domingo, 10 de dezembro de 2017

O caminho, a verdade e a vida

"Jesus lhes disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6).

Sem dúvida, é uma linda declaração. Diria que é o grande conceito teológico da declaração da divindade de Jesus. Com letras garrafais o Senhor nos revela quem de fato Ele é. Inclusive, dentro do âmbito teológico de sua missão, o Mestre nos deixa claro nossa reconciliação em Deus através de si. Entretanto, nem tudo são flores, pois esta declaração revela algo mais, ela revela quem nos tornamos devido à queda.

Quando Ele diz ser o caminho, o significado é que sem Ele nós estamos perdidos. Acredite. Achamos que sabemos algo sobre onde estamos ou quem somos, mas, ledo engano, não sabemos. De fato, não sabemos nada, e isso por si só já exala toda nossa prepotência e arrogância de achar que somos os mais espertos. Que dó.

Depois da primeira surra teológica, Ele diz que Ele é a verdade. A situação está ficando mais complicada. O Mestre nos diz que sem Ele nós não passamos de um bando de mentirosos. Até tentamos viver à sombra da verdade, mas não somos verdadeiros sem Ele em nós.

Para finalizar, Ele diz ser a vida. Fazendo uma analogia, é como se levássemos um soco fatal numa luta de box, ou um golpe indefensável no judô. Com esta declaração nós vamos ao nocaute. Ele diz que sem Ele nós estamos mortos.

Contudo, é com esta última declaração que nos apegamos a maior esperança da humanidade, depender da vida doada por um Deus de amor, graça e misericórdia. Obviamente que estamos mortos, e necessitamos ressuscitar com urgência urgentíssima. Entretanto, Ele sendo o caminho verdadeiro da vida eterna vivendo em nós é nossa salvação, nossa ressurreição, nossa redenção. E tudo isso a partir de seu propósito declarado de tornar a viver quem estava morto. Eu e você.


Esse Declarador...

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Discipulado - Revelando o Devocional

Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas (Mt 13.52).

Esta é sem dúvida uma afirmação muito importante feita pelo Mestre, a de que um escriba pode se tornar discípulo do reino dos céus. Significa muita coisa, vamos por partes.
Escriba era em geral uma pessoa designada para ensinar alguém, visto que ele era treinado na escrita e interpretação de textos. Obviamente, do mundo antigo até o final da idade média, instrução era coisa de poucos. Além disso, provavelmente o escriba era remunerado por sua profissão.

De posse destas informações vamos aos fatos. Como será que era o espírito de um escriba? Será que ele era manso e humilde de coração? Ou na maioria das vezes era arrogante? Será que pelo fato de conhecer as leis e questões cerimoniais mais do que as pessoas sem acesso a estes conhecimentos ele era pacificador e limpo de coração? Ou ele devia se aproveitar de situações para enaltecer sua superioridade intelectual?

Bem, pelo visto, até pessoas com este tipo de comportamento são convidadas por Jesus para abrirem seus corações e deixar que o evangelho faça a faxina peculiar que o reino de Deus promove. Ainda bem. Melhor para todos, inclusive para nós, os escribas.

Esse Discipulador...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Manso e Humilde - Livro 5

“Abençoados os humildes, pois, herdarão a terra” (Mt 5.6).

Há vários desavisados. Alguns acharão que uma humildade superficial será o suficiente para entrar no time de Jesus. Outros abrirão mão de tudo em nome da suposta humildade em favor da herança Cristiana. Não entenderam o trocadilho que Jesus lhes pregou.

Jesus não falou de humildade sobre o termo húmus, que remete ao termo esterco, utilizado para adubar a terra, e com isso, trazer o entendimento de que o que se humilha deveria ser semelhante ao adubo lançado no campo, reduzido a quase nada, porém, ainda assim de vital importância para a boa colheita. Não, não, Ele não quis dizer isso.

O termo grego utilizado é praeís, transliterado como préis, e quer dizer manso. Já o termo hebraico para a mesma palavra é haanavym e pode significar: ser simples, modesto, discreto, bem como ter sido torturado, maltratado, ter passado por tormento. Daí provavelmente vem a passagem sobre não retribuir o mal a alguém.

Ser manso é dar a outra face. Sofrer pela ignorância alheia. Como Cristo sofreu na Cruz pela nossa ignorância. Isso é ser manso.