sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O anel de José - Livro 2

Às vezes até mencionamos que amamos a Deus. Mas nos contradizemos, quando falamos que amamos a Deus que é invisível e não amamos o próximo que está na nossa frente, esperando pacientemente que o amemos e o perdoemos. Amamos a Deus e não amamos ao próximo. Pedimos perdão a Deus e não pedimos ou não perdoamos o próximo. Sabe por que somos assim?

Porque fomos ensinados a ser assim. Lembra-se de quando era criança e reclamava para a mamãe ou o papai que havia brigado com algum amiguinho no quintal, na escolinha ou em alguma festinha? Lembra-se do que ouvia? Pode ser que haja exceções, mas de um modo geral você deve ter ouvido:

“Bebê, se baterem em você, bata neles também”. Em outras palavras, bateu, levou. Lembrou-se? E o que o Mestre dizia a respeito, por acaso se recorda?


“Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” (cf. Mt 5.39).

terça-feira, 2 de agosto de 2016

trecho sobre perdão - Revelando a Fé - Cristo, o Ungido - Livro 3

“Caim, por que inflamaste a ti, e por que caíram as tuas faces? ” (cf. Gn 4.6). Do tipo, você acha que eu me preocupo com ofertas da terra? Eu me preocupo com o seu coração:

“Acaso não se procederes bem a carregar? E se não procederes bem, à entrada transgressão que se acampa” (cf. Gn 4.7). Transcrevi o literal para que se entenda o risco que Caim corria. E a preocupação de Deus com ele. E o Senhor ainda o encorajaria:

“E a ti, o desejo dela (da transgressão), e tu dominarás a ela (a transgressão) ” (cf. Gn 4.7). O resto da história nós sabemos. Caim se ira e acaba assassinando Abel. Mas talvez a grande questão surja agora, um diálogo de culpa que normalmente não é observado:

“Quando trabalhares o solo, não continuarás a dar o vigor dele para ti. O que cambaleia e o que vagueia serás pela terra” (cf. Gn 4.12). E Caim finalmente cai na real:

“Grande é o meu delito para carregar. Eis que expulsaste a mim do solo, e de perante Ti me esconderei” (cf. Gn 4.13,14).

Perceba que talvez o trabalho do solo nem fosse o problema principal que Caim enfrentaria, agora ele não ia ter mais a presença de Deus. Ora, diriam, mas ele matou uma pessoa. Sim, sem dúvidas. Mas hoje perdoamos assassinos que se arrependem nas cadeias de crimes diversos, por que não perdoaríamos a Caim? Em uma empreitada apenas Davi matou duzentos homens e o perdoamos por isso, por que não perdoaríamos a Caim?

Que poder temos em nossas mãos de dizer quem vai ou quem não vai para o céu? Que poder temos de julgar? Que poder temos de discernir e separar o joio do trigo? Sabemos que há joio e que há trigo, mas não sabemos discernir.

Somente um sabe, e Ele virá. “Ele tem a pá na Sua mão para limpar a Sua eira e ajuntar o trigo no Seu celeiro” (cf. Lc 3.17). Ele virá porque precisamos urgentemente Dele. Precisamos todos os dias de nossas vidas, a todo o momento. Não precisamos Dele para nos honrar, pois numa medida de justiça, quando se honra alguém, desonra-se o outro. Precisamos Dele porque não nos diferenciamos em nada de Caim, de Adão, de Eva, de Davi.

Não somos superiores a ninguém, por isso precisamos Dele nas nossas vidas. Precisamos Dele para nos ajudar a acordar de manhã todos os dias, para sairmos de nossas camas como pessoas melhores em relação ao dia anterior. Se Ele não estiver conosco, nós pioramos, viramos um lixão. De repente, foi isso o que Caim disse ao Senhor:

- Ficar sem colher o que plantar até vai, mas ficar sem o Senhor e ser um que cambaleia e que vagueia?

Ah, se Caim se arrependesse no primeiro momento. Analisando hoje, eu penso que ele deva ter se arrependido depois, em outro momento. Mas, se ele tivesse ouvido a voz de Deus aquele dia... Se nós também tivéssemos...