segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cruz de Cristo: Discípulo ou multidão?

Cristo faz bem. A cruz de Cristo faz bem.

Tira o peso mundano, traz a paz.

A misericórdia da cruz sobre a humanidade.

Porém, só existe um problema, a própria cruz.

Ela faz separação entre ser discípulo e ser multidão.

Infelizmente, ou felizmente.

A cruz nos iguala e nos diferencia na mesma proporção.

Iguala-nos porque perante a cruz somos todos devedores.

E nos diferencia porque somente quem entende a cruz deixa de ser multidão e passa a ser discípulo.

Saímos da multidão da preferência egoísta para adentrarmos no discipulado serviçal.

Perceba a diferença: O que Cristo faz quando está com os discípulos na última ceia?

Lava os pés de todos, perguntando se compreenderam o que acabara de ocorrer.

E ainda por cima o Mestre deixa uma ordenança:

“Porque Eu vos dei o exemplo, assim como Eu fiz, vocês façam também” (Jo 13.15).

Qual o exemplo?

Aquilo sobre o que Ele pregou. Ser humilde, ser manso, ser pacificador, ser misericordioso, ser limpo de coração.

Ser um serviçal.

Ser o último, e não ser o primeiro.

No mundo natural pode até ocorrer a competição, a traição, o engano, a falsidade. Mas no mundo da cruz isso não ocorre.

Cristo nos ensina a sermos diferentes:

“Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de todos” (cf. Mc 10.43,44).

Caro leitor, percebeu a diferença?

A cruz naturalmente faz esta diferença acontecer.

O processo de passar pela cruz faz isso. Quem não age como discípulo é porque ainda não passou pela cruz.


Na realidade ainda está no meio da multidão.

Livro 3 - Fé