Cristo faz bem. A cruz de Cristo faz bem.
Tira o
peso mundano, traz a paz.
A
misericórdia da cruz sobre a humanidade.
Porém, só
existe um problema, a própria cruz.
Ela faz
separação entre ser discípulo e ser multidão.
Infelizmente,
ou felizmente.
A cruz nos
iguala e nos diferencia na mesma proporção.
Iguala-nos
porque perante a cruz somos todos devedores.
E nos
diferencia porque somente quem entende a cruz deixa de ser multidão e passa a
ser discípulo.
Saímos da
multidão da preferência egoísta para adentrarmos no discipulado serviçal.
Perceba a
diferença: O que Cristo faz quando
está com os discípulos na última ceia?
Lava os
pés de todos, perguntando se compreenderam o que acabara de ocorrer.
E ainda
por cima o Mestre deixa uma
ordenança:
“Porque Eu vos dei o exemplo, assim como Eu fiz, vocês façam também” (Jo 13.15).
Qual o
exemplo?
Aquilo sobre
o que Ele pregou. Ser humilde, ser
manso, ser pacificador, ser misericordioso, ser limpo de coração.
Ser um
serviçal.
Ser o
último, e não ser o primeiro.
No mundo
natural pode até ocorrer a competição, a traição, o engano, a falsidade. Mas no
mundo da cruz isso não ocorre.
Cristo nos ensina a sermos diferentes:
“Mas entre
vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será
esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de
todos” (cf. Mc 10.43,44).
Caro
leitor, percebeu a diferença?
A cruz
naturalmente faz esta diferença acontecer.
O processo
de passar pela cruz faz isso. Quem não age como discípulo é porque ainda não
passou pela cruz.
Na
realidade ainda está no meio da multidão.
Livro 3 - Fé